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domingo, 30 de maio de 2021

Rebenta a BOLHA!...

27-05-21 em São Bento do Porto


"As pessoas que vierem à final da Liga dos Campeões virão e regressarão no mesmo dia, com teste feito, em situação de bolha, ou seja, em voos charter, com deslocações para uma zona de espera. Daí irão para o estádio e depois para o aeroporto, estando em território nacional menos de 24 horas, numa permanência em bolha e com testes obrigatórios, feitos, em princípio, antes de entrarem no avião", disse a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.


"Chegámos na quarta-feira, de manhã cedo. Comprámos cervejas. Fomos diretos para o pub. Estamos prontos para o jogo", conta Shane Saunders, adepto do Chelsea.


"Estamos aqui há quase uma semana. Muito bom!", diz o adepto do Manchester City John Sapseid, que está no Porto com a mulher.


A maior parte dos adeptos ingleses que encontrámos nas ruas do Porto não tinha bilhetes para a final. É o caso de Vivian Sapseid, adepta do Manchester City, que ainda não sabe onde vai ver o jogo: "Provavelmente num bar ou na fan zone". (Filipa Soares, Euronews)

sábado, 1 de maio de 2021

O jardineiro psicopata



 Quase todas as modas são estúpidas ainda que quase sempre inofensivas, mas esta moda das roçadoras tem um potencial nefasto. É uma característica dos humanos subverter valores, princípios; transformar remédios em drogas, ferramentas em armas... Uma ferramenta útil, como uma roçadora, nas mãos de um labrego é como a motoserra do Leatherface. Um exército de funcionários equipados com roçadoras e comandados por "engenheiros do ambiente" ou "arquitectos paisagistas" donos de empresas de "jardinagem, limpeza de terrenos, poda e abate de árvores"  pode causar devastações tremendas. Últimamente parece ter havido um bum desses psicopatas ambientais com um aparente ódio gigante por tudo o que é erva e florzinha. Não tenho memória de ver - e ouvir! - tanto gingarelho desses como nesta Primavera. Sim! Desde o início da Primavera! Assim que se dá a explosão de vida, quando a Natureza está a renovar, a reiniciar o ciclo vêm as brigadas de protectores da floresta e arrasam tudo. 

Flores? Abelhas? Polinização? 

Nãã... não faz soar campainhas naquelas cabecinhas.  É mais os cheques a entrar...

E aos palermas dos indignados argumenta-se com a lei. Pois! Há que limpar os terrenos para proteger a floresta dos fogos!...

A tal lei que,  de tão explícita e bem formulada, fez com que cidadãos aterrorizados abatessem árvores de fruto, sobreiros, carvalhos e castanheiros só porque a fita métrica e o português duvidoso do texto da tal lei estavam sincronizados.

Bem sei que este assunto das flores, dos insectos e das árvores (e dos rios, e dos mares) é parte de um todo que tem vindo a resvalar para a estupidez - vai de publicidade enganosa a presidentes da treta - mas, sinceramente, já passou das marcas. E talvez a única forma seja começar pelo mais simples. O cidadão, a flor, a árvore o canteiro da tua praceta, a abelha no meu jardim. E insurgirmo-nos contra a estupidez e o abuso. Contra o gestor incompetente, o político corrupto ou o jardineiro psicopata. E incompetente, também. Porque o gajo que podou as árvores da avenida aprendeu a podar no sítio onde aprendeu a f*d*r. É que as árvores não se queixam, já a mulher dele...

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

 ± PORTUGAL 1143-2020 ±



Intervenção Traição, inserida no projeto ± PORTUGAL 1143-2012 ±

 Nas palavras do autor:

"Queria representar o facto de Portugal estar a ser traído e pelos próprios portugueses. Daí a faca ter as cores da bandeira nacional. Foi na altura que Portugal abriu as portas à Troika e esta performance é uma metáfora simples. Afonso Henriques é o fundador de Portugal e o país que ele fundou está a deixar de existir porque o trabalho que ele começou está a ser vendido e está a perder a independência. Estamos a perder a soberania ao nos entregarmos aos interesses financeiros internacionais. Acaba por simbolizar o país a sangrar." (cf. Garcia, [2015]).

Excerto do projeto ±MaisMenos± e de Miguel Januário, também autor da foto.



sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Mulheres com Letra Grande

Fur.EnfªParaq.Octávia Fontes
 
 

ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS!

que tão esquecidas foram pelos nossos governantes (se calhar com razão, visto alguns nem sequer terem ido à tropa e, mais grave, outros até desertaram...), foram e serão sempre lembradas por todos aqueles que, independentemente da sua patente, do seu estrato social ou arma que serviram, combateram nas nossas províncias de Angola, Moçambique e Guiné. Permitam-me a exclusividade, nós, pessoal da FAP que convivemos e partilhamos situações de apuros com elas, recordo-me de assistir um parto a bordo do DO27, é que podemos dar valor à coragem e determinação destas verdadeiras MULHERES DA GUERRA, muitas vezes fazendo esquecer (no tempo em que o "homem era forte") muitos homens.

 in especialistasdaba12.blogspot.com

 

quarta-feira, 11 de março de 2020

domingo, 19 de maio de 2019


A LIÇÃO DE BERARDO


Joe Berardo não é um chico-esperto em terra de saloios, ao contrário daquilo que ostensivamente julga. Mas também não é a ovelha negra num rebanho de gente séria. Berardo é o saloio num palco de saloios, onde aventureiros morais como ele são tratados como empresários, venerados como mecenas das artes e distinguidos como comendadores da nação. O seu feito, ao ter conseguido tudo isso e ainda devolver os mimos com que foi tratado com aquele riso alarve de quem acredita que nos comeu a todos por parvos, não é de grande monta. Foi só uma questão de estar no lugar certo no momento certo e no meio da gente certa. Hoje, quando ele (e seguramente orgulhoso) foi erigido ao estatuto de bandido-modelo da nação, o que importa questionar é o tipo de clube-nação que o permitiu.

O comendador, condecorado por dois Presidentes da República pelo seu mérito empresarial ou pelo contributo para a riqueza do país, jamais foi empresário de coisa alguma e jamais acrescentou um euro à riqueza colectiva. Foi sempre e apenas um especulador financeiro em benefício próprio exclusivo, que nunca criou uma empresa, uma chafarica, um posto de trabalho. Tudo isso era sabido desde sempre e foi, sabendo-o, que Eanes e Sampaio lhe puseram ao peito dois símbolos do reconhecimento pátrio — em nosso nome. Mas hoje, erigido em símbolo das malfeitorias e padroeiro dos caloteiros, e à beira de perder o seu tão estimado título de comendador, Berardo pode dizer que nem ele está só nem Eanes e Sampaio estão sós. Metade, seguramente, da lista destes supostos heróis da pátria, feitos comendadores por todos os Presidentes sem excepção, são gente que de modo algum se recomenda. Metade deles foi distinguida pelos mais inconfessáveis motivos: compadrio pessoal, compadrio político, compadrio financeiro, compadrio maçónico, cunhas e pagamento de dívidas. Os membros do “Clube da República”, como um dia aqui lhe chamei, dedicaram-se ao longo de décadas a nomearem-se uns aos outros para os lugares mais apetecíveis do Estado, a financiarem-se uns aos outros, a cobrirem-se uns aos outros, a negociarem uns com os outros, a criarem um sistema cruzado de impunidades e irresponsabilidades e, para finalmente enganarem os tolos, a elogiarem-se e distinguirem-se uns aos outros. No final do processo, os Presidentes da República, levados ao engano ou incapazes de resistir às pressões dos amigos do “Clube da República”, enfiaram-lhes no peito uma certidão de cidadãos exemplares, funcionando como uma espécie de indulgência plenária para eventuais malfeitorias, passadas ou futuras.

No caso de Berardo, o cúmulo do ambiente de saloiice geral que sempre o rodeou e cortejou foi a história da Colecção Berardo. A dita Colecção (e isto é, obviamente, apenas a minha opinião) não tem qualquer valor representativo da arte moderna. Precisamente porque ele não é um coleccionador, mas sim um empilhador de arte, o seu acervo não reflecte qualquer critério de gosto, de conhecimento ou mesmo de paixão pela arte. Mas o homem soube rodear-se de quem, devidamente contratado para tal, tratou de criar uma aura de excelência em volta da colecção que, por simples temor intelectual, ninguém se atreveu a pôr em causa. E foi assim que ele conseguiu a proeza de resolver o seu problema particular de onde guardar aquilo, à custa de todos nós. Num contrato negociado directamente entre o assessor cultural do primeiro-ministro de então, José Sócrates, e o conselheiro de arte e avençado de Berardo — (que, por incrível coincidência, eram uma e a mesma pessoa) — o “mecenas” da arte moderna portuguesa sacou nada menos do que de toda a área de exposição do CCB para guardar e expor a sua colecção sem quaisquer custos. E ainda lhe fez chamar Museu/Colecção Berardo, com entradas gratuitas, de modo a poder dizer que era o mais visitado museu português. E de novo todos se calaram, no terror de atrair sobre si a ira e o desprezo dos ditadorezinhos da nossa “crítica de arte”. Todos, incluindo o director do CCB, talvez também aliviado por não ter de se preocupar mais com a ocupação daquele espaço. E foi assim que o CCB — o mais caro equipamento cultural que alguma vez pagámos — nunca mais viu uma exposição, hipotecado que está há dez anos a servir de arrecadação e promoção pessoal do comendador. E por ali têm desfilado todos os notáveis da pátria, em ocasiões festivas de homenagem ao “mecenas”.

Nunca gostei de bater em quem está em baixo, mas há aqui razões para uma excepção: primeiro, porque muito disto já o tinha escrito quando ele estava em cima e, depois, porque Berardo não está em baixo: está em cima de uma dívida de 1000 milhões, que, deliberadamente e de má-fé, tornou incobrável, pavoneando-se ainda orgulhoso da sua espertice. Claro que tudo isto seria diferente se o homem tivesse o mínimo de vergonha e decoro. Se, para ele, ser apontado na rua como o rei dos caloteiros lhe causasse algum incómodo. Mas esta é a mesma pessoa que há anos enfrenta os condóminos do seu prédio e as sentenças dos tribunais, recusando-se a derrubar uma casa-de-banho clandestina que ergueu no topo do prédio, com vista de rio, invocando, sem pudor, o princípio constitucional de que “todos têm direito a uma habitação condigna”. Habitação de que, aliás, garante ser apenas arrendatário, pois que nada tem de seu, nem sequer um euro de dívidas ou até a mítica Quinta da Bacalhoa, construída pelo filho de Afonso de Albuquerque e que o Estado Português deixou ir à praça sem comprar, para acabar nas mãos deste benemérito, que logo a fez rodear de muros e cercas, como se fosse seu dono — o que, como garante, também não é. Mas Berardo é o que é e que todo o país teve ocasião de ficar a conhecer agora mais intimamente. Não se lhe pode exigir mais do que aquilo para que nasceu e de que não se envergonha, antes pelo contrário.

Os responsáveis maiores, os que não têm perdão, são os que o financiaram para assaltar o BCP, sobretudo os que o fizeram com o dinheiro dos contribuintes. Os que lhe deram o CCB como arrecadação privada. Os que o cortejaram, privilegiaram, promoveram e distinguiram. E os que o ajudaram, num longo, sinuoso e degradante processo de calotice transformado em forma de vida. E é o espírito do tempo de um país onde somos muito rápidos a fuzilar os poderosos e ricos que caem em desgraça, mas jamais questionamos a origem do seu dinheiro e do seu poder enquanto eles estão na mó de cima. Um país onde paga mais imposto quem vive exclusivamente do seu trabalho do que quem vive da especulação. Onde tantas empresas, tantos negócios e tantas fortunas não existiriam sem o favor do Estado, o dinheiro do Estado, as dívidas ao Estado. Um país onde quem esconde milhões lá fora para fugir ao fisco recebe, em o vento estando de feição, um atestado de cidadão cumpridor se trouxer o dinheiro de volta, pagando apenas 7,5% de IRS. O tal país do “Clube da República” onde se perdeu, simplesmente, o conceito de honra e a noção de vergonha. O país reflectido naquela inesquecível gargalhada com que ele nos contempla: “Ah, ah, ah!”. O país dos Berardos.


Miguel Sousa Tavares
Expresso, 18.05.2019

quinta-feira, 5 de julho de 2018

CEME exonera Comandante do RCmds ?                          
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Cor Pipa Amorim terá sido afastado do Comando do Reg. de Comandos


Os que me conhecem sabem que sou adepto do uso pleno da língua portuguesa evitando, é certo, o vernáculo mais castiço. Mas hoje, que me desculpem os mais sensíveis não encontro linguagem mais polida que a que se segue para exprimir o que sinto...

É sabido que a partir de determinado nível de acumulação, a merda vem ao de cima. Após mais de três décadas de acúmulo, a grande fossa em que quiseram transformar este país, entupiu. Transbordou. E a bosta libertada vai-se agarrando ao Governo, à Administração, às Direcções, às chefias. O resultado é o desgoverno que temos, a protecção civil que não temos, as Forças Armadas que não sabemos se ainda temos. O que sabemos que temos, é um país extraordinário à beira de ser apenas ordinário, povoado por gente habituada a dar novos mundos ao Mundo, mas que agora se vai habituando a não ultapassar os muros do seu quintal, a gritar baixinho a dor de sentir o desmoronar da sua cultura, dos seus valores.
E isto é o que temos.
E não é com certeza o que queremos!...


Até porque o cheiro já está instalado, sigam também o link abaixo e depois descarreguem o autoclismo.

https://www.dn.pt/portugal/interior/chefe-do-exercito-proibe-lancamento-de-livro-na-academia-militar-8617342.html

domingo, 11 de março de 2018

Por Tutatis!

  

A civilização humana vai transbordando do planeta Terra

Mais de 9.000 pedaços de destroços espaciais orbitam a Terra, um perigo que só tende a piorar nos próximos anos, de acordo com cientistas da NASA. Os pedaços de lixo espacial de 10 centímetros ou mais totalizam 5.000 toneladas, de acordo com relatório publicado na revista Science.

Mesmo que todos os lançamentos ao espaço fossem interrompidos agora - e não serão - a colecção de destroços continuaria a aumentar, na medida em que objectos em órbita colidem uns com os outros e se quebram em fragmentos ainda menores, disse um dos autores do trabalho, J.C. Liou, numa entrevista à agência Associated Press.
A área mais lotada de fragmentos encontra-se entre 885 km e 1005 km de altitude, disse Liou, explicando que isso representa um risco menor para os voos espaciais tripulados.

 
A Estação Espacial Internacional orbita a 402 km, e o alcance do vai-vem espacial não supera os 603 km. Mas o depósito de lixo orbital poderá representar um perigo para voos comerciais e científicos. Boa parte dos destroços são produto da explosão de satélites, principalmente estágios superiores deixados em órbita contendo combustível ou líquidos sob pressão.

O lixo é tanto que foi criada a CORDS (sigla inglesa para Centro de Estudos para Detritos Orbitais). Esta agência calcula que Portugal será uma das zonas de impacto prováveis a ser contempladas com a queda da estação orbital chinesa Tiangong-1, prevista para a última semana de Março, primeira de Abril. O lab chinês, além de pesado (umas oito toneladas), também é tóxico.

"Pode haver, entre outras, uma substância altamente tóxica e corrosiva chamada hidrazina, a bordo da nave, que pode resistir à reentrada na atmosfera. Para sua segurança, não toque em qualquer detrito que possa estar no solo e evite inalar os vapores emitidos", pode ler-se em comunicado.


A acontecer, será mais uma sucata chinesa que vai chegar a Portugal sem pagar impostos...






sábado, 13 de janeiro de 2018

EMBOSCADA

 


Arquivo GNR

 

 "Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os Estados sociais, os corporativos e o Estado a que chegámos..."

Salgueiro Maia




Este dia 12 de Janeiro de 2018 vai ficar registado como um triste exemplo do "Estado a que chegámos". Um Estado demissionário dos seus deveres de protecção do cidadão e dos seus bens, antes transformado num Estado incumpridor e cúmplice de esquemas manhosos políticos e económicos lesivos para si próprio, ou seja, para nós todos, portugueses.
Os esquemas são muitos, mas hoje refiro-me àquele que resulta na prática a uma perseguição à Animação Turística.

Neste dia solarengo de Inverno, 30 viaturas 4x4 transportavam os participantes num evento corporativo em direcção à sua aventura com início em Palmela. No último troço da A2 reparámos em algumas viaturas da BT em passagem ou na berma, a última das quais à saída da estação de serviço. Comentou-se até que devia passar-se alguma coisa para tanta movimentação. E passava!...
Depois de sairmos da A2, na N379-2 com a N379 surgiu-nos um aparato de meia-dúzia de viaturas da BT e um pequeno "exército" de agentes. Eu que seguia á frente da coluna e que queria ir para a N379, fiz sinal e encostei-me à esquerda, levando os outros atrás, o que provocou a primeira situação... caricata: três agentes atravessaram a via a correr para nos bloquear o caminho e indicar a berma. Alguém comentou: - Ena! Isto parece uma emboscada! Estão com medo que escape algum?...
Parei na berma. Ainda só estavam visíveis 4 dos que me seguiam, quando o agente me diz: - Chegue mais à frente para caberem os que aí vêm. (?...)
Estranho... mas eu na minha inocência parva ainda pensava que... pronto! Tinha-me calhado hoje a mim!
Enquanto mostro os documentos, o triângulo, o colete e o agente conta os meus passageiros, aprecebo-me que estou entalado numa selva de jipes amontoados em terceira fila. Mandaram parar todos! Gerou-se um caos com carros a apitar e pessoal a reclamar. Os agentes chamam reforços. Resposta via rádio:
- Mas... há violência?
- Não! Só confusão... é que é muita gente.
Os portáteis nos veículos da BT começaram a cuspir papéis. O agente que me atendia pediu-me que o acompanhasse e com um ar solene diz-me:
- Sabe, temos um problema no seu veículo.
- Que problema?
- A capota é branca.
Achei que era uma piada para descomprimir do ambiente tenso e ruidoso.
- E então? Sempre foi branca.
- Não pode. Tinha que ser verde. Vai ser autuado. Paga já ou retenho os documentos... você é que sabe!
Entretanto, ao lado deste agente, outro, menos educado e algo agressivo, pára de teclar a multa de outro perigoso prevaricador para me perguntar em rajada:
- O carro é seu? Isto é um evento? Estão-lhe a pagar?
A minha tampa começou a querer saltar. Contei até um número razoável e respondi com um sorriso cristão:
- Não! São todos meus amigos...
- Você está-me a gozar?
Mantive o meu sorriso cristão.
- O que é que o sr. agente acha?
A coisa começou a azedar. Fui novamente ao carro buscar as papeladas, registos, actividade, seguros. A papelada manteve o sr. agente ocupado durante bastante tempo. Tempo que aproveitei para me dirigir aos outros e constatar que ninguém escapava ao metralhar constante.
- Você está autoado pelos pneus.
- Estão nos 15% de tolererância, sr. agente.
- Humm... então está autoado pelos faróis na grelha.
- Mas, oh sr. agente, os faróis são estética, não funcionam.
- Não tem um botão para ligar?
E abrindo a porta do veículo, convida:
- Faça favor de carregar os botões todos...
Dois veículos à frente:
- Este mata-vacas é proibido, sabe?
- Mas é de origem, sr. agente.
- Pois, vai dar multa e apreensão, sabe?
Ao lado:
- (...) e também não tem cintos atrás...
- Não é obrigatório neste carro.
- Pois... vai ser autuado.
É uma "zona de guerra". E as "baixas" são pesadas. O tempo passa e os nossos horários estão comprometidos. Dirijo-me a um agente que, de mãos atrás das costas, parece apenas vigiar o perímetro e refiro a necessidade de apressar as coisas ao que ele me responde:
- A quinta não foge!
O meu queixo caíu.
- Quinta?
- Ou lá o sítio para onde vão... não foge!
Pois, está visto.

Mais comentários e análises, vou-me abster de fazer. Apenas deixo este relato dos acontecimentos de hoje, mais um dia de trabalho arrancado a ferros mas que termina com um sempre gratificante:
- Muito obrigada. Foi fantástico! Só foi pena não termos visto o pôr-do-sol lá na Arrábida. Mas a culpa não foi vossa. Obrigada.

Quem se anda a vangloriar da recuperação económica, sabe qual a parte que deve às Empresas de Animação Turística.
É feio morder a mão que nos alimenta...




quarta-feira, 19 de abril de 2017


VACINAS

De uma coisa eu tenho a certeza, infelizmente:
- Jamais vai existir uma vacina anti-borreguismo.
E é pena! Porque acabava com a pior epidemia da humanidade e mudava o nosso mundo para sempre.
Nunca existiriam "bruxas de Salem", "11 de Setembro", "armas de destruição maciça", "ataques NBQ" e outras justificações da treta para subjugar culturas/países que não nos querem DAR os seus recursos naturais, não nos deixam construir McDonalds, fábricas texteis com mão d'obra escrava, ou simplesmente não querem adoptar o nosso maravilhoso sistema político-social.
 "- Ah e tal, vamos invadir o Quaquistão porque os quaquistaneses são maus, têm armas químicas e comem criancinhas ao jantar."
 Depois de uma semana a levar com a campanha "Quaquistaneses maus" nos mídia, os não vacinados passam a nutrir um ódio de morte aos perigosos terroristas e estão prontos a pegar em armas para os irradicar do planeta.
 Depois de uma comissão no Quaquistão a derreter munições em tipos de tanga armados de arco e flecha, os paladinos da civilização começam a questionar onde estão os arsenais de armas químicas. E se os selvagens comem criancinhas ao jantar, como é que ainda têm tantas?...
No final da comissão, com alguma sorte, voltam para casa traumatizados com o que viram e fizeram em prol de uma causa que já se lhes varreu. Muitos deles acabam por se autodestruir.
 Mas entretanto, o Quaquistão, agora sem quaquistaneses (livres, pelo menos), abraça o progresso. Inúmeras multinacionais reconstroem o país desde os edifícios à estrutura económica, com muitos poços de petróleo, gaseodutos, bancos, farmaceuticas e centros comerciais. O Quaquistão está finalmente no mapa da globalização económica. Os mídia condecoram heróis, enautecem a paz e o progresso...
Enfim!... há programas de vacinação merecedores da confiança do cidadão e que apenas visam o bem estar geral...
Será?!...


segunda-feira, 20 de março de 2017

Os últimos Ents do Monte da Lua

                             Parque da Pena, Sintra


Juntamente com Fangorn e Finglas, Fladrif foi um dos primeiros Ents a aparecerem na Terra-média. O seu nome significa, em Sindarin, Casca-de-Pele, e ele vivia nas encostas das montanhas a oeste de Isengard. Os orcs atacaram o seu vale, matando muitas árvores e Ents, e ele próprio foi ferido. Foi então que subiu para lugares altos, para viver junto das bétulas, suas preferidas, e não mais desceu de lá.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017



Só uma língua rica e madura (mesmo a lamber as feridas do AO90) consegue transmitir sons e sensações como se ao ler, tivéssemos acesso ao "soundtrack" da cena:


               CAPUCHINHO VERMELHO vr. DREAD

Bello Regno by L'Oreal

"Tás a ver uma dama com um gorro vermelho? Yah, essa cena!

Então a pita foi obrigada pela kota dela a ir à toca da velha levar umas cenas, pq a velha tava a bater mal, tázaver?
E então disse-lhe:

- Ouve, nem te passes! Népia dessa cena de ires pelo refundido das árvores, que salta-te um meco marado dos cornos para a frente e depois tenho a bófia à cola!

Pá, a pita enfia a carapuça e vai na descontra pela estrada, mas a toca da velha era bué longe, e a pita cagou na cena da kota dela e enfiou-se pelo bosque. Népia de mitra, na boa e tal, curtindo o som do iPod…
É então que, ouve lá, salta um baita dog marado, todo chinado e bué ugly mêmo, que vira-se pa ela e grita:

- Yoo, tá td? Dd tc?

- Tásse… do gueto ali! E tu… tásse? - Disse a pita
- Yah! E atão, q se faz?
- Seca, man! Vou levar o pacote à velha que mora ao fundo da track, que tá kuma moka do camano!
- Marado, marado!… Bute ripar uma até lá?
- Epá, má onda, tázaver? A minha cota não curte dessas cenas e põe-me de pildra se me cata…- Dasse, a cota não tá aqui, dama! Bute ripar até à casa da tua velha, até te dou avanço, só naquela da curtição. Sem guita ao barulho nem nada.
- Yah prontes, na boa. Vais levar um baile katéte passas!!!

E lá riparam. Só que o dog enfiou-se por um short no meio do mato e chegou à toca da velha na maior, com bué avanço, tázaver? Manda um toque na porta, a velha “quem é e o camano” e ele “ah e tal, e não sei quê, que eu sou a pita do gorro vermelho, e na na na…”. A velha abre a porta e PIMBA, o dog papa-a toda… Mas mesmo, abre a bocarra e o camano e até chuchou os dedos…O mano chega, vai ao móvel da velha, saca uma shirt assim mêmo à velha que a meca tinha lá, mete uns glasses na tromba e enfia-se no VL… o gajo tava bué marado mêmo, mas a larica era muita e a pita era à maneira, tásaver?

A pita chega, e tal, e malha na porta da velha.

- Basa aí cá pa dentro!
- Grita o dog com a voz abichanada.- Yo velhita, tásse?
- Tásse e tal, cuma moca do camâno… mas na boa…
- Toma esta cena, pa mamares-te toda aí…- Bacano, pa ver se trato esta cena.
- Pá, mica uma cena: pa ké esses baita olhos, man?
- Pá, pa micar melhor a cena, tázaver?
- Yah, yah… E os abanos, bué da bigs, é pa ke?
- Pá, pa poder controlar melhor a cena à volta, tázaver?
- Yah, bacano… e essa cremalheira toda janada e bué big? Pa que é a cena?
- É PA TE CHINAR ESSE CORPO TODO!!! GRRRRRRRR!!!!

E o dog manda-se à pita, naquela mêmo de a engolir, né? Só que a pita dá-lhe à brava na capoeira e saca um back-kick mesmo directo aos tomates do man e basa porta fora! Vai pela rua aos berros e tal, o dog vem atrás e dá-lhe um ganda-baite, pimba, mêmo nas nalgas, e quando vai pa engolir a gaja aparece um meco daqueles que corta as cenas cum serrote, saca de machado e afinfa-lhe mêmo nos cornos. O dog kinou logo ali, o mano china a belly do dog e saca de lá a velha toda cheia da nhanha."
JoCortez

Ina man, e a malta a gregoriar-se toda!...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A idade que temos são os anos que nos restam, porque os já vividos não os temos mais...

quinta-feira, 8 de setembro de 2016


MEMÓRIAS DE UM PORTUGAL RESPEITADO




Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.


"O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu Primeiro Secretário da Embaixada – dessa missão.


Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, a pedido do funcionário encarregado da desk, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.


Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". No dia seguinte, sem aviso prévio, voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.


Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.


Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.


Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felísmino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".

Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.


Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.


Estoril, 18 de Abril de 2010


Luís Soares de Oliveira"



publicado in A. O. Salazar

abemdanacao.blogs.sapo.pt

quarta-feira, 8 de junho de 2016

DIA MUNDIAL DOS OCEANOS


Viemos dos oceanos. Cada inspiração que fazemos devemos aos oceanos; os oceanos que regem o nosso clima; dão-nos comida, empregos, e alguns dos nossos medicamentos. Então, hoje, no dia mundial dos oceanos, vamos dar de volta aos oceanos alguma da vida que nos deram.



Dia Mundial dos Oceanos: Nossos Oceanos, Nossa Responsabilidade

Hoje é dia 8 de Junho e voltamos a celebrar o Dia Mundial dos Oceanos. Desde a Conferência sobre Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no Rio de Janeiro, que esta data é assinalada por milhares de pessoas em todo o mundo. No ano passado, reconhecendo a urgência de preservar este recurso, as Nações Unidas oficializaram este dia.
Os oceanos e mares são responsáveis pela absorção de 30 a 50% do dióxido de carbono emitido no planeta e produzem mais de metade do oxigénio que respiramos. Literalmente, se os nossos oceanos morrerem, com eles desaparece a vida na Terra. Este ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convoca-nos com o tema “Nossos Oceanos, Nossa Responsabilidade” e lembra que a responsabilidade de salvaguardar este pulmão planetário é de todos nós.
Anualmente, cerca de 27 milhões de toneladas de vida marinha são novamente devolvidas ao mar já sem vida, como consequência da pesca destrutiva e indiscriminada. Este desperdício é o equivalente a afundar cerca de quarenta navios Titanic com lotação máxima por semana, mais de 5 navios por dia! Este é apenas um exemplo das inúmeras ameaças que o ambiente marinho enfrenta.
Neste momento, existem mais de 3,5 milhões de embarcações de pesca a navegar nos nossos oceanos. Ao mesmo tempo que o perigo de colapso dos recursos provenientes do mar começa a ser amplamente divulgado, surge cada vez mais oferta para um mercado de peixe sustentável, demonstrando que é possível alterar a indústria da pesca.

Em defesa dos oceanos...

A Greenpeace está em Portugal a fazer campanha para que as grandes superfícies, responsáveis por 70% do peixe que se vende no país, assumam um papel relevante na protecção dos oceanos, informem os consumidores sobre a proveniência do peixe que têm à venda e incentivem a indústria a fazer as mudanças necessárias em direcção à sustentabilidade dos recursos dos mares.
Neste dia mundial dos oceanos, queremos agradecer a dedicação de todos os que se têm mobilizado para pressionar os supermercados a proteger o ambiente marinho. Queremos ainda enviar um agradecimento muito especial a todos os voluntários, pela dedicação extraordinária e por resultados fantásticos nas actividades de apoio e divulgação da campanha.
Se ainda não escreveste aos supermercados a pedir que implementem políticas de compra e venda de peixe sustentáveis, participa


Texto Greenpeace Portugal

quinta-feira, 28 de abril de 2016

IMI-000, ORDEM PARA ROUBAR

O que terá a ver o Código Postal com o cálculo do Imposto Municipal sobre Imóveis que todo o cidadão português, individual ou colectivo (a menos que seja partido político o fundo imobiliário), tem que pagar até final do mês?

O Código Postal foi introduzido em 1978, como um código de 4 dígitos a designar zonas do país, de forma a facilitar os processos de distribuição postal, e não só.
Em 1998, foi melhorado com o acréscimo de um sub-código de 3 dígitos precedido de um hífen e seguido de uma Designação Postal com um máximo de 25 caracteres, como por exemplo: 
2700-163 FALAGUEIRA.
Portanto, há 18 anos que foi instituido o moderno Código Postal, com todas as vantagens por todos comprovadas ao longo destes anos. Em 2012, por força da necessidade de cortar "gorduras" do Estado, ou por outras forças que não vêm ao caso, foi instituida a União de Freguesias, com inúmeras fusões e algumas extinções. Isso, em teoria, terá afectado alguns sub-códigos (aqueles 3 dígitos introduzidos há 18 anos). Os CTT ajustaram de imediato todos os códigos e qualquer um está disponível em diversos formatos e plataformas. Portanto, ninguém tem desculpa para não saber um Código Postal. Estranhamente, algumas instituições do Estado em inevitável próximidade com o cidadão e o seu endereço postal, como Serviços Camarários e Repartições de Finanças, em 2016 "tiveram uma branca".

A "branca" das repartiçoes de finanças fez com que o exemplo acima, 2700-163 FALAGUEIRA, se tornasse 2700-000 AMADORA. Em termos de correio, nem é grave. Até porque Portugal tem (ou tinha) um dos melhores serviços postais do mundo e não seria um retrocesso de 18 anos que impediria tal serviço de entregar a correspondência. Sim, até porque é sabido que algumas destas instituições nunca passaram além dos 4 dígitos de 1978 e não foi por isso que as cartas da repartição de finanças, por exemplo, do Barreiro, não chegaram aos destinos.
O espantoso é as ditas repartições de finanças estarem agora a usar o argumento "000" para fazer um reset à situação dos contribuintes relativamente ao IMI.
Em resultado, existem milhares de contribuintes que há anos estavam isentos do imposto, nomeadamente por baixos rendimentos, que agora foram notificados para pagar centenas de euros. É notória a má vontade de alguns funcionários de algumas repartições em informar com clareza os contribuintes que a eles se dirigem em busca da explicação para a notificação que receberam. Tenho relatos próximos, como o da idosa que obteve como resposta: "Isso é dos zeros! Enquanto lá tiver os zeros não há isenção. Boa tarde". E pronto.
A senhora sentiu-se "despachada" e lá foi para casa sem ter percebido a causa da injustiça.
Casos há, em que o endereço fiscal foi corrigido pelos próprios via web (requer um código enviado pela AT) há mais de um mês e a intimação a pagar mantem-se. Para completar o "cerco", a nova lei diz que os contribuintes já não precisam de requerer a isenção pois o sistema cruza a informação dos seus rendimentos e declara a isenção... O efeito parece ser exactamente o oposto! Mas... é verdade! são os zeros. E como agora é tudo automático também não vale de nada tentar solicitar a isenção on-line. O sistema não deixa... Nos balcões, as pessoas esperam horas para serem informadas que de facto cumprem os requesitos para a isenção e que têm todo o direito, mas a isenção tem que ser assinada pelo chefe e ele não tem tido oportunidade.
 -"Está de facto isento, mas como tem a notificação... aconselho-o a pagar, senão depois tem juros e é uma chatice, tá a ver?... Eles depois devolvem o dinheiro..."

E as pessoas pagam. Mais uma despesa com que não contavam. Mais um peso nas rugas de uma expressão resignada e triste com que nos cruzamos à porta de uma qualquer repartição de finanças.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

GLOBALIZAÇÃO ou CONTAMINAÇÃO

DO MS-DOS ao ZIKA



Henry Kissinger deu a receita: 'se controlarmos o petróleo, controlamos as nações; se controlarmos os alimentos, controlamos a população'.

A primeira parte da receita já todos sabemos como foi "confeccionada", e sentimos diáriamente os seus efeitos. Podemos seguir uma linha, para não nos dispersarmos:

O império global petrolífero e bancário dos Rockefeller foi objecto de várias críticas na internet. Porém, a inserção dos tentáculos dos Rockefeller em cada faceta da banca, o petróleo (através do controle da Standard Oil), o Exército, a educação e a política externa, foi exposta numa monografia preparada pela União Soviética em 1959. Uma tradução para inglês do artigo soviético, preparada pela Divisão de Documentos Estrangeiros da Agência Central de Inteligência e datada em 16 de dezembro de 1959, foi resgatada dos arquivos da CIA. O documento titula-   -se: “About Those Who Are Against Peace” (Sobre aqueles que estão contra a paz). O documento foi desvalorizado pela sua origem, mas o tempo provou a sua veracidade quase total.

A segunda parte da receita e o "Chef" Bill Gates (para não nos dispersarmos):




Bill Gates investiu milhões de dólares num banco de sementes no Mar Barents perto do Oceano Ártico, a cerca de 1100 quilômetros do Pólo Norte. Svalbard é um árido pedaço de rocha reclamado pela Noruega e cedido em 1925 por um tratado internacional.
É nesta ilha esquecida por Deus, que Bill Gates investiu dezenas dos seus milhões de dólares em conjunto com a Fundação Rockefeller, a Monsanto Corporation, a Fundação Syngenta e o governo da Noruega, entre outros, naquilo a que chamam ‘banco de sementes do fim do mundo’. Oficialmente o projecto chama-se a Caverna Global de Sementes Svalbard (Svalbard Global Seed Vault) na ilha norueguesa de Spitsbergen, no arquipélago de Svalbard.
Construído no interior de uma montanha na ilha de Spitsbergen perto da aldeia de Longyearbven. O banco também conhecido como “Arca de Noé botânica” é mantida pelo governo norueguês e pela Global Crop Diversity Trust (Fundo de Diversidade Global de Plantas Cultiváveis) desde 2008, na confiança que, mesmo no caso da pior catástrofe, ali estaria a base para um recomeço da humanidade, assim como um importante elemento para a segurança alimentar. Tem portas duplas à prova de explosão, inundação etc. Com sensores de movimento, duas câmaras pressurizadas e imensas paredes de concreto reforçado e aço com um metro de espessura. Conterá mais de três milhões de variedades diferentes de sementes de todo o mundo, ‘para que se possa conservar a variedade das espécies para o futuro’, segundo o governo norueguês. 

As sementes são embaladas de forma especial para proteção contra a humidade. Não há pessoal, mas a relativa inacessibilidade da caverna e dispositivos eletrônicos, virtuais e de segurança on-line facilitam a fiscalização de qualquer possível atividade humana por qualquer um dos sócios do projecto em qualquer parte do planeta.
Financiado por generosas doações para estudos das Fundações Rockefeller e Ford, o CGIAR providenciou para que os principais cientistas da agricultura e agrónomos do Terceiro Mundo passassem a ‘dominar’ os conceitos do moderno agribusiness de modo a poderem levá-los para os seus países. Neste processo criou-se uma valiosa rede de influências para a promoção do agribusiness americano nesses países, muito em especial para a promoção da ‘Revolução Genética’ OGM nos países em desenvolvimento, tudo isto em nome da ciência e da eficácia, do mercado livre e da agricultura.
Foi a mesma Fundação Rockefeller quem criou a chamada Revolução Verde, na sequência de uma viagem ao México em 1946, de Nelson Rockefeller e de Henry Wallace, ex-secretário da Agricultura do Novo Acordo e fundador da Hi-Bred Seed Company.
A Revolução Verde propunha-se resolver o problema mundial da fome, um problema importante no México, na Índia e noutros países escolhidos onde Rockefeller actuava.
O agrónomo da Fundação Rockefeller, Norman Borlaug, ganhou o Prémio Nobel da paz pelo seu trabalho, uma coisa de que não pode orgulhar-se muito, dado que o partilhou com Henry Kissinger.
Na realidade, como anos depois se veio a verificar, a Revolução Verde foi um brilhante esquema da família Rockefeller para montar um agribusiness globalizado que depois pudesse vir a monopolizar posteriormente, tal como já tinha feito na indústria petrolífera mundial meio século antes. Como Henry Kissinger declarou nos anos 70, ‘se controlarmos o petróleo, controlaremos o mundo; se controlarmos os alimentos, controlaremos a população’.
Um aspecto crucial que motivava o interesse da Fundação Rockefeller e das empresas americanas de agribusiness é o fato da Revolução Verde se basear na proliferação de novas sementes híbridas nos mercados em desenvolvimento. Um aspecto vital das sementes híbridas era a sua falta de capacidade reprodutiva. Os híbridos tinham incorporada uma proteção contra a multiplicação. Ao contrário das espécies normais polinizadas a céu aberto cujas sementes dão colheitas semelhantes às plantas suas produtoras, a produção de sementes nascidas das plantas híbridas era significativamente mais baixa do que as da primeira geração.
Esta característica de produção decrescente dos híbridos teve normalmente como consequência a compra “obrigatória” em escala cada vez maior, pelos agricultores, dessas sementes, para garantir todos os anos colheitas constantes ou mais altas. Mais ainda: a produção da segunda geração hibrida eliminou o comércio de sementes “normais” que era feito quase sempre por pequenos produtores regulares de sementes, pois eram tidas como “inferiores” ou passíveis de “falhas produtivas” levando os pequenos redistribuidores a buscar sementes híbridas e assim descartar as “normais”.
Evitava-se assim a redistribuição das sementes dos cereais comerciais feita por intermediários. Se as grandes empresas multinacionais de sementes pudessem controlar internamente as linhagens das sementes parentais, nenhum concorrente ou agricultor conseguiria produzir o híbrido. A concentração global das patentes de sementes híbridas num punhado de gigantescas companhias de sementes, lideradas pela Pioneer Hi-Bred da DuPont e pela Dekalb da Monsanto estabeleceu a base para a posterior revolução das sementes OGM.
Com efeito, a introdução da moderna tecnologia agrícola americana, dos fertilizantes químicos e das sementes híbridas comerciais, tudo isso tornou os agricultores locais dos países em desenvolvimento, em especial aqueles que tinham terras maiores, dependentes dos abastecimentos das companhias estrangeiras de agribusiness e de petroquímicos, em sua grande maioria americanas. Foi o primeiro passo do que viria a ser um processo cuidadosamente planeado e que iria durar décadas.
África seria o próximo alvo na campanha do governo americano para disseminar os OGM’s a nível mundial. Os seus solos férteis tornam-na em candidato ideal. Não é de surpreender que muitos governos africanos temam o pior dos patrocinadores dos OGM’s, já que tem sido na África o início de muitos projetos de engenharia genética e de bio-segurança, com o objetivo de introduzir os GMO’s nos sistemas agrícolas africanos.
Estes projectos incluem patrocínios oferecidos pelo governo americano para formar nos EUA cientistas africanos que atuem especificamente em engenharia genética de sementes, para projetos de bio-segurança, financiados pela Organização dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e pelo Banco Mundial, para investigação de OGM’s envolvendo cultivos “selvagens” de plantações e de grãos alimentares indígenas africanos.
Estas companhias privadas, a Monsanto, a DuPont e a Dow Chemical, nenhuma delas sequer tem um registo imaculado em termos de proteção da vida humana. Muito longe disso. Desenvolveram e proliferaram inovações como a dioxina, os bifenóis policlorinados, o agente laranja. Encobriram durante décadas indícios óbvios cancerígenos e de outras consequências graves para a saúde humana decorrentes do uso dos químicos tóxicos.

Enterraram, modificaram e fraudaram milhares de relatórios científicos sérios sobre o facto do hérbicida mais utilizado a nível mundial, o glifosato, ingrediente essencial do herbicida Roundup da Monsanto ser cancerígeno e estar directamente “vinculado” com a compra da maioria das sementes manipuladas genéticamente pela Monsanto, ele é tóxico quando se infiltra na água potável. A Dinamarca proibiu o glifosato em 2003 quando se confirmou que tinha contaminado as águas subterrâneas do país.
A diversidade armazenada em bancos genéticos de sementes é a matéria-prima para a produção de plantas e extremamente importante para a investigação biológica básica. Todos os anos são distribuídas para esses fins várias centenas de milhares de amostras. A FAO das Nações Unidas lista uns 1 400 bancos de sementes em todo o mundo, sendo o maior deles propriedade do governo dos Estados Unidos. Outros grandes bancos situam-se na China, na Rússia, no Japão, na Índia, na Coreia do Sul, na Alemanha e no Canadá, por ordem decrescente de dimensão. Além disso, o CGIAR administra uma cadeia de bancos de sementes em centros selecionados a nível mundial.

A criação dos mosquitos transgénicos, chamados de OX513A, foi desenvolvida pela empresa de biotecnologia britânica Oxitec (financiada pelo bilionário eugenista globalista Bill Gates), que tem uma licença para executar tais experimentos no Brasil.

Além disso, a empresa está aguardando a autorização da Agência de Alimentos e Medicamentos americana para realizar testes semelhantes na Flórida.

No Brasil, os primeiros testes com os mosquitos transgénicos OX513A, ocorreu em 2011 na cidade de Juazeiro, na Bahia, mostraram redução acima de 80% na população selvagem. Algumas experiências apontaram resultados de 93% de redução do Aedes aegypti que vive na natureza. O uso dos insectos da Oxitec no Brasil foi feito em parceria com a organização Moscamed.


Em 2014, a Oxitec inaugurou a primeira fábrica de mosquitos OX513A no Brasil, na cidade de Campinas com capacidade de produzir 500 mil insectos por semana, podendo chegar a 2 milhões em 7 dias se trabalhar a todo vapor.

Um "modus operandi" aparece transversal nos pontos abordados: 
- Criar a crise
- Criar a "solução"
- Criar a dependência da "solução"

Dá que pensar.
Mas pensar baixinho...


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

FLUXOS & REFLUXOS


Até há pouco tempo atrás, qualquer indivíduo minimamente informado conseguiria apontar locais no mapa-múndi correspondentes a afirmações como:"local onde se decepam mãos de crianças", ou "local onde é normal violar e enforcar mulheres", "local onde se queimam pessoas depois de as enfiar em pneus", ou "local onde é normal apedrejar pessoas, principalmente mulheres", etc, etc.
E de cada vez que fazíamos corresponder um local do mundo a uma destas frases, talvez pensássemos como é bom viver no nosso pacato "canteiro à beira-mar plantado", ordeiro e civilizado...
O que nos leva a questionar o porquê desta associação: comportamento/local. Será alguma coisa na água que leva pessoas a mutilar crianças? Ou será a exposição a temperaturas elevadas que leva alguém a queimar uma pessoa?
Não... a mãe Natureza nada tem a ver com estas barbaridades. Existe um único responsável: o ser humano! Pessoas! Gente!...
Acontece que é cada vez mais fácil as pessoas mudarem de local, de país, de continente, o que facilita a globalização da barbárie. Perante esta realidade, parece urgente juntar ao nosso tradicional feitio de amável anfitrião uma pitada de "agente do SEF pai de família e defensor dos nossos usos e costumes"... não vás daqui a uns tempos ter que apontar para o teu quintal quando ouvires aquelas frases...