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domingo, 30 de maio de 2021

Rebenta a BOLHA!...

27-05-21 em São Bento do Porto


"As pessoas que vierem à final da Liga dos Campeões virão e regressarão no mesmo dia, com teste feito, em situação de bolha, ou seja, em voos charter, com deslocações para uma zona de espera. Daí irão para o estádio e depois para o aeroporto, estando em território nacional menos de 24 horas, numa permanência em bolha e com testes obrigatórios, feitos, em princípio, antes de entrarem no avião", disse a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.


"Chegámos na quarta-feira, de manhã cedo. Comprámos cervejas. Fomos diretos para o pub. Estamos prontos para o jogo", conta Shane Saunders, adepto do Chelsea.


"Estamos aqui há quase uma semana. Muito bom!", diz o adepto do Manchester City John Sapseid, que está no Porto com a mulher.


A maior parte dos adeptos ingleses que encontrámos nas ruas do Porto não tinha bilhetes para a final. É o caso de Vivian Sapseid, adepta do Manchester City, que ainda não sabe onde vai ver o jogo: "Provavelmente num bar ou na fan zone". (Filipa Soares, Euronews)

sábado, 1 de maio de 2021

O jardineiro psicopata



 Quase todas as modas são estúpidas ainda que quase sempre inofensivas, mas esta moda das roçadoras tem um potencial nefasto. É uma característica dos humanos subverter valores, princípios; transformar remédios em drogas, ferramentas em armas... Uma ferramenta útil, como uma roçadora, nas mãos de um labrego é como a motoserra do Leatherface. Um exército de funcionários equipados com roçadoras e comandados por "engenheiros do ambiente" ou "arquitectos paisagistas" donos de empresas de "jardinagem, limpeza de terrenos, poda e abate de árvores"  pode causar devastações tremendas. Últimamente parece ter havido um bum desses psicopatas ambientais com um aparente ódio gigante por tudo o que é erva e florzinha. Não tenho memória de ver - e ouvir! - tanto gingarelho desses como nesta Primavera. Sim! Desde o início da Primavera! Assim que se dá a explosão de vida, quando a Natureza está a renovar, a reiniciar o ciclo vêm as brigadas de protectores da floresta e arrasam tudo. 

Flores? Abelhas? Polinização? 

Nãã... não faz soar campainhas naquelas cabecinhas.  É mais os cheques a entrar...

E aos palermas dos indignados argumenta-se com a lei. Pois! Há que limpar os terrenos para proteger a floresta dos fogos!...

A tal lei que,  de tão explícita e bem formulada, fez com que cidadãos aterrorizados abatessem árvores de fruto, sobreiros, carvalhos e castanheiros só porque a fita métrica e o português duvidoso do texto da tal lei estavam sincronizados.

Bem sei que este assunto das flores, dos insectos e das árvores (e dos rios, e dos mares) é parte de um todo que tem vindo a resvalar para a estupidez - vai de publicidade enganosa a presidentes da treta - mas, sinceramente, já passou das marcas. E talvez a única forma seja começar pelo mais simples. O cidadão, a flor, a árvore o canteiro da tua praceta, a abelha no meu jardim. E insurgirmo-nos contra a estupidez e o abuso. Contra o gestor incompetente, o político corrupto ou o jardineiro psicopata. E incompetente, também. Porque o gajo que podou as árvores da avenida aprendeu a podar no sítio onde aprendeu a f*d*r. É que as árvores não se queixam, já a mulher dele...

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

 ± PORTUGAL 1143-2020 ±



Intervenção Traição, inserida no projeto ± PORTUGAL 1143-2012 ±

 Nas palavras do autor:

"Queria representar o facto de Portugal estar a ser traído e pelos próprios portugueses. Daí a faca ter as cores da bandeira nacional. Foi na altura que Portugal abriu as portas à Troika e esta performance é uma metáfora simples. Afonso Henriques é o fundador de Portugal e o país que ele fundou está a deixar de existir porque o trabalho que ele começou está a ser vendido e está a perder a independência. Estamos a perder a soberania ao nos entregarmos aos interesses financeiros internacionais. Acaba por simbolizar o país a sangrar." (cf. Garcia, [2015]).

Excerto do projeto ±MaisMenos± e de Miguel Januário, também autor da foto.



sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Mulheres com Letra Grande

Fur.EnfªParaq.Octávia Fontes
 
 

ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS!

que tão esquecidas foram pelos nossos governantes (se calhar com razão, visto alguns nem sequer terem ido à tropa e, mais grave, outros até desertaram...), foram e serão sempre lembradas por todos aqueles que, independentemente da sua patente, do seu estrato social ou arma que serviram, combateram nas nossas províncias de Angola, Moçambique e Guiné. Permitam-me a exclusividade, nós, pessoal da FAP que convivemos e partilhamos situações de apuros com elas, recordo-me de assistir um parto a bordo do DO27, é que podemos dar valor à coragem e determinação destas verdadeiras MULHERES DA GUERRA, muitas vezes fazendo esquecer (no tempo em que o "homem era forte") muitos homens.

 in especialistasdaba12.blogspot.com

 

quarta-feira, 11 de março de 2020

domingo, 19 de maio de 2019


A LIÇÃO DE BERARDO


Joe Berardo não é um chico-esperto em terra de saloios, ao contrário daquilo que ostensivamente julga. Mas também não é a ovelha negra num rebanho de gente séria. Berardo é o saloio num palco de saloios, onde aventureiros morais como ele são tratados como empresários, venerados como mecenas das artes e distinguidos como comendadores da nação. O seu feito, ao ter conseguido tudo isso e ainda devolver os mimos com que foi tratado com aquele riso alarve de quem acredita que nos comeu a todos por parvos, não é de grande monta. Foi só uma questão de estar no lugar certo no momento certo e no meio da gente certa. Hoje, quando ele (e seguramente orgulhoso) foi erigido ao estatuto de bandido-modelo da nação, o que importa questionar é o tipo de clube-nação que o permitiu.

O comendador, condecorado por dois Presidentes da República pelo seu mérito empresarial ou pelo contributo para a riqueza do país, jamais foi empresário de coisa alguma e jamais acrescentou um euro à riqueza colectiva. Foi sempre e apenas um especulador financeiro em benefício próprio exclusivo, que nunca criou uma empresa, uma chafarica, um posto de trabalho. Tudo isso era sabido desde sempre e foi, sabendo-o, que Eanes e Sampaio lhe puseram ao peito dois símbolos do reconhecimento pátrio — em nosso nome. Mas hoje, erigido em símbolo das malfeitorias e padroeiro dos caloteiros, e à beira de perder o seu tão estimado título de comendador, Berardo pode dizer que nem ele está só nem Eanes e Sampaio estão sós. Metade, seguramente, da lista destes supostos heróis da pátria, feitos comendadores por todos os Presidentes sem excepção, são gente que de modo algum se recomenda. Metade deles foi distinguida pelos mais inconfessáveis motivos: compadrio pessoal, compadrio político, compadrio financeiro, compadrio maçónico, cunhas e pagamento de dívidas. Os membros do “Clube da República”, como um dia aqui lhe chamei, dedicaram-se ao longo de décadas a nomearem-se uns aos outros para os lugares mais apetecíveis do Estado, a financiarem-se uns aos outros, a cobrirem-se uns aos outros, a negociarem uns com os outros, a criarem um sistema cruzado de impunidades e irresponsabilidades e, para finalmente enganarem os tolos, a elogiarem-se e distinguirem-se uns aos outros. No final do processo, os Presidentes da República, levados ao engano ou incapazes de resistir às pressões dos amigos do “Clube da República”, enfiaram-lhes no peito uma certidão de cidadãos exemplares, funcionando como uma espécie de indulgência plenária para eventuais malfeitorias, passadas ou futuras.

No caso de Berardo, o cúmulo do ambiente de saloiice geral que sempre o rodeou e cortejou foi a história da Colecção Berardo. A dita Colecção (e isto é, obviamente, apenas a minha opinião) não tem qualquer valor representativo da arte moderna. Precisamente porque ele não é um coleccionador, mas sim um empilhador de arte, o seu acervo não reflecte qualquer critério de gosto, de conhecimento ou mesmo de paixão pela arte. Mas o homem soube rodear-se de quem, devidamente contratado para tal, tratou de criar uma aura de excelência em volta da colecção que, por simples temor intelectual, ninguém se atreveu a pôr em causa. E foi assim que ele conseguiu a proeza de resolver o seu problema particular de onde guardar aquilo, à custa de todos nós. Num contrato negociado directamente entre o assessor cultural do primeiro-ministro de então, José Sócrates, e o conselheiro de arte e avençado de Berardo — (que, por incrível coincidência, eram uma e a mesma pessoa) — o “mecenas” da arte moderna portuguesa sacou nada menos do que de toda a área de exposição do CCB para guardar e expor a sua colecção sem quaisquer custos. E ainda lhe fez chamar Museu/Colecção Berardo, com entradas gratuitas, de modo a poder dizer que era o mais visitado museu português. E de novo todos se calaram, no terror de atrair sobre si a ira e o desprezo dos ditadorezinhos da nossa “crítica de arte”. Todos, incluindo o director do CCB, talvez também aliviado por não ter de se preocupar mais com a ocupação daquele espaço. E foi assim que o CCB — o mais caro equipamento cultural que alguma vez pagámos — nunca mais viu uma exposição, hipotecado que está há dez anos a servir de arrecadação e promoção pessoal do comendador. E por ali têm desfilado todos os notáveis da pátria, em ocasiões festivas de homenagem ao “mecenas”.

Nunca gostei de bater em quem está em baixo, mas há aqui razões para uma excepção: primeiro, porque muito disto já o tinha escrito quando ele estava em cima e, depois, porque Berardo não está em baixo: está em cima de uma dívida de 1000 milhões, que, deliberadamente e de má-fé, tornou incobrável, pavoneando-se ainda orgulhoso da sua espertice. Claro que tudo isto seria diferente se o homem tivesse o mínimo de vergonha e decoro. Se, para ele, ser apontado na rua como o rei dos caloteiros lhe causasse algum incómodo. Mas esta é a mesma pessoa que há anos enfrenta os condóminos do seu prédio e as sentenças dos tribunais, recusando-se a derrubar uma casa-de-banho clandestina que ergueu no topo do prédio, com vista de rio, invocando, sem pudor, o princípio constitucional de que “todos têm direito a uma habitação condigna”. Habitação de que, aliás, garante ser apenas arrendatário, pois que nada tem de seu, nem sequer um euro de dívidas ou até a mítica Quinta da Bacalhoa, construída pelo filho de Afonso de Albuquerque e que o Estado Português deixou ir à praça sem comprar, para acabar nas mãos deste benemérito, que logo a fez rodear de muros e cercas, como se fosse seu dono — o que, como garante, também não é. Mas Berardo é o que é e que todo o país teve ocasião de ficar a conhecer agora mais intimamente. Não se lhe pode exigir mais do que aquilo para que nasceu e de que não se envergonha, antes pelo contrário.

Os responsáveis maiores, os que não têm perdão, são os que o financiaram para assaltar o BCP, sobretudo os que o fizeram com o dinheiro dos contribuintes. Os que lhe deram o CCB como arrecadação privada. Os que o cortejaram, privilegiaram, promoveram e distinguiram. E os que o ajudaram, num longo, sinuoso e degradante processo de calotice transformado em forma de vida. E é o espírito do tempo de um país onde somos muito rápidos a fuzilar os poderosos e ricos que caem em desgraça, mas jamais questionamos a origem do seu dinheiro e do seu poder enquanto eles estão na mó de cima. Um país onde paga mais imposto quem vive exclusivamente do seu trabalho do que quem vive da especulação. Onde tantas empresas, tantos negócios e tantas fortunas não existiriam sem o favor do Estado, o dinheiro do Estado, as dívidas ao Estado. Um país onde quem esconde milhões lá fora para fugir ao fisco recebe, em o vento estando de feição, um atestado de cidadão cumpridor se trouxer o dinheiro de volta, pagando apenas 7,5% de IRS. O tal país do “Clube da República” onde se perdeu, simplesmente, o conceito de honra e a noção de vergonha. O país reflectido naquela inesquecível gargalhada com que ele nos contempla: “Ah, ah, ah!”. O país dos Berardos.


Miguel Sousa Tavares
Expresso, 18.05.2019

quinta-feira, 5 de julho de 2018

CEME exonera Comandante do RCmds ?                          
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Cor Pipa Amorim terá sido afastado do Comando do Reg. de Comandos


Os que me conhecem sabem que sou adepto do uso pleno da língua portuguesa evitando, é certo, o vernáculo mais castiço. Mas hoje, que me desculpem os mais sensíveis não encontro linguagem mais polida que a que se segue para exprimir o que sinto...

É sabido que a partir de determinado nível de acumulação, a merda vem ao de cima. Após mais de três décadas de acúmulo, a grande fossa em que quiseram transformar este país, entupiu. Transbordou. E a bosta libertada vai-se agarrando ao Governo, à Administração, às Direcções, às chefias. O resultado é o desgoverno que temos, a protecção civil que não temos, as Forças Armadas que não sabemos se ainda temos. O que sabemos que temos, é um país extraordinário à beira de ser apenas ordinário, povoado por gente habituada a dar novos mundos ao Mundo, mas que agora se vai habituando a não ultapassar os muros do seu quintal, a gritar baixinho a dor de sentir o desmoronar da sua cultura, dos seus valores.
E isto é o que temos.
E não é com certeza o que queremos!...


Até porque o cheiro já está instalado, sigam também o link abaixo e depois descarreguem o autoclismo.

https://www.dn.pt/portugal/interior/chefe-do-exercito-proibe-lancamento-de-livro-na-academia-militar-8617342.html