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segunda-feira, 20 de março de 2017

Os últimos Ents do Monte da Lua

                             Parque da Pena, Sintra


Juntamente com Fangorn e Finglas, Fladrif foi um dos primeiros Ents a aparecerem na Terra-média. O seu nome significa, em Sindarin, Casca-de-Pele, e ele vivia nas encostas das montanhas a oeste de Isengard. Os orcs atacaram o seu vale, matando muitas árvores e Ents, e ele próprio foi ferido. Foi então que subiu para lugares altos, para viver junto das bétulas, suas preferidas, e não mais desceu de lá.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017



Só uma língua rica e madura (mesmo a lamber as feridas do AO90) consegue transmitir sons e sensações como se ao ler, tivéssemos acesso ao "soundtrack" da cena:


               CAPUCHINHO VERMELHO vr. DREAD

Bello Regno by L'Oreal

"Tás a ver uma dama com um gorro vermelho? Yah, essa cena!

Então a pita foi obrigada pela kota dela a ir à toca da velha levar umas cenas, pq a velha tava a bater mal, tázaver?
E então disse-lhe:

- Ouve, nem te passes! Népia dessa cena de ires pelo refundido das árvores, que salta-te um meco marado dos cornos para a frente e depois tenho a bófia à cola!

Pá, a pita enfia a carapuça e vai na descontra pela estrada, mas a toca da velha era bué longe, e a pita cagou na cena da kota dela e enfiou-se pelo bosque. Népia de mitra, na boa e tal, curtindo o som do iPod…
É então que, ouve lá, salta um baita dog marado, todo chinado e bué ugly mêmo, que vira-se pa ela e grita:

- Yoo, tá td? Dd tc?

- Tásse… do gueto ali! E tu… tásse? - Disse a pita
- Yah! E atão, q se faz?
- Seca, man! Vou levar o pacote à velha que mora ao fundo da track, que tá kuma moka do camano!
- Marado, marado!… Bute ripar uma até lá?
- Epá, má onda, tázaver? A minha cota não curte dessas cenas e põe-me de pildra se me cata…- Dasse, a cota não tá aqui, dama! Bute ripar até à casa da tua velha, até te dou avanço, só naquela da curtição. Sem guita ao barulho nem nada.
- Yah prontes, na boa. Vais levar um baile katéte passas!!!

E lá riparam. Só que o dog enfiou-se por um short no meio do mato e chegou à toca da velha na maior, com bué avanço, tázaver? Manda um toque na porta, a velha “quem é e o camano” e ele “ah e tal, e não sei quê, que eu sou a pita do gorro vermelho, e na na na…”. A velha abre a porta e PIMBA, o dog papa-a toda… Mas mesmo, abre a bocarra e o camano e até chuchou os dedos…O mano chega, vai ao móvel da velha, saca uma shirt assim mêmo à velha que a meca tinha lá, mete uns glasses na tromba e enfia-se no VL… o gajo tava bué marado mêmo, mas a larica era muita e a pita era à maneira, tásaver?

A pita chega, e tal, e malha na porta da velha.

- Basa aí cá pa dentro!
- Grita o dog com a voz abichanada.- Yo velhita, tásse?
- Tásse e tal, cuma moca do camâno… mas na boa…
- Toma esta cena, pa mamares-te toda aí…- Bacano, pa ver se trato esta cena.
- Pá, mica uma cena: pa ké esses baita olhos, man?
- Pá, pa micar melhor a cena, tázaver?
- Yah, yah… E os abanos, bué da bigs, é pa ke?
- Pá, pa poder controlar melhor a cena à volta, tázaver?
- Yah, bacano… e essa cremalheira toda janada e bué big? Pa que é a cena?
- É PA TE CHINAR ESSE CORPO TODO!!! GRRRRRRRR!!!!

E o dog manda-se à pita, naquela mêmo de a engolir, né? Só que a pita dá-lhe à brava na capoeira e saca um back-kick mesmo directo aos tomates do man e basa porta fora! Vai pela rua aos berros e tal, o dog vem atrás e dá-lhe um ganda-baite, pimba, mêmo nas nalgas, e quando vai pa engolir a gaja aparece um meco daqueles que corta as cenas cum serrote, saca de machado e afinfa-lhe mêmo nos cornos. O dog kinou logo ali, o mano china a belly do dog e saca de lá a velha toda cheia da nhanha."
JoCortez

Ina man, e a malta a gregoriar-se toda!...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A idade que temos são os anos que nos restam, porque os já vividos não os temos mais...

quinta-feira, 8 de setembro de 2016


MEMÓRIAS DE UM PORTUGAL RESPEITADO




Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.


"O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu Primeiro Secretário da Embaixada – dessa missão.


Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, a pedido do funcionário encarregado da desk, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.


Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". No dia seguinte, sem aviso prévio, voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.


Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.


Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.


Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felísmino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".

Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.


Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.


Estoril, 18 de Abril de 2010


Luís Soares de Oliveira"



publicado in A. O. Salazar

abemdanacao.blogs.sapo.pt

quarta-feira, 8 de junho de 2016

DIA MUNDIAL DOS OCEANOS


Viemos dos oceanos. Cada inspiração que fazemos devemos aos oceanos; os oceanos que regem o nosso clima; dão-nos comida, empregos, e alguns dos nossos medicamentos. Então, hoje, no dia mundial dos oceanos, vamos dar de volta aos oceanos alguma da vida que nos deram.



Dia Mundial dos Oceanos: Nossos Oceanos, Nossa Responsabilidade

Hoje é dia 8 de Junho e voltamos a celebrar o Dia Mundial dos Oceanos. Desde a Conferência sobre Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no Rio de Janeiro, que esta data é assinalada por milhares de pessoas em todo o mundo. No ano passado, reconhecendo a urgência de preservar este recurso, as Nações Unidas oficializaram este dia.
Os oceanos e mares são responsáveis pela absorção de 30 a 50% do dióxido de carbono emitido no planeta e produzem mais de metade do oxigénio que respiramos. Literalmente, se os nossos oceanos morrerem, com eles desaparece a vida na Terra. Este ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convoca-nos com o tema “Nossos Oceanos, Nossa Responsabilidade” e lembra que a responsabilidade de salvaguardar este pulmão planetário é de todos nós.
Anualmente, cerca de 27 milhões de toneladas de vida marinha são novamente devolvidas ao mar já sem vida, como consequência da pesca destrutiva e indiscriminada. Este desperdício é o equivalente a afundar cerca de quarenta navios Titanic com lotação máxima por semana, mais de 5 navios por dia! Este é apenas um exemplo das inúmeras ameaças que o ambiente marinho enfrenta.
Neste momento, existem mais de 3,5 milhões de embarcações de pesca a navegar nos nossos oceanos. Ao mesmo tempo que o perigo de colapso dos recursos provenientes do mar começa a ser amplamente divulgado, surge cada vez mais oferta para um mercado de peixe sustentável, demonstrando que é possível alterar a indústria da pesca.

Em defesa dos oceanos...

A Greenpeace está em Portugal a fazer campanha para que as grandes superfícies, responsáveis por 70% do peixe que se vende no país, assumam um papel relevante na protecção dos oceanos, informem os consumidores sobre a proveniência do peixe que têm à venda e incentivem a indústria a fazer as mudanças necessárias em direcção à sustentabilidade dos recursos dos mares.
Neste dia mundial dos oceanos, queremos agradecer a dedicação de todos os que se têm mobilizado para pressionar os supermercados a proteger o ambiente marinho. Queremos ainda enviar um agradecimento muito especial a todos os voluntários, pela dedicação extraordinária e por resultados fantásticos nas actividades de apoio e divulgação da campanha.
Se ainda não escreveste aos supermercados a pedir que implementem políticas de compra e venda de peixe sustentáveis, participa


Texto Greenpeace Portugal

quinta-feira, 28 de abril de 2016

IMI-000, ORDEM PARA ROUBAR

O que terá a ver o Código Postal com o cálculo do Imposto Municipal sobre Imóveis que todo o cidadão português, individual ou colectivo (a menos que seja partido político o fundo imobiliário), tem que pagar até final do mês?

O Código Postal foi introduzido em 1978, como um código de 4 dígitos a designar zonas do país, de forma a facilitar os processos de distribuição postal, e não só.
Em 1998, foi melhorado com o acréscimo de um sub-código de 3 dígitos precedido de um hífen e seguido de uma Designação Postal com um máximo de 25 caracteres, como por exemplo: 
2700-163 FALAGUEIRA.
Portanto, há 18 anos que foi instituido o moderno Código Postal, com todas as vantagens por todos comprovadas ao longo destes anos. Em 2012, por força da necessidade de cortar "gorduras" do Estado, ou por outras forças que não vêm ao caso, foi instituida a União de Freguesias, com inúmeras fusões e algumas extinções. Isso, em teoria, terá afectado alguns sub-códigos (aqueles 3 dígitos introduzidos há 18 anos). Os CTT ajustaram de imediato todos os códigos e qualquer um está disponível em diversos formatos e plataformas. Portanto, ninguém tem desculpa para não saber um Código Postal. Estranhamente, algumas instituições do Estado em inevitável próximidade com o cidadão e o seu endereço postal, como Serviços Camarários e Repartições de Finanças, em 2016 "tiveram uma branca".

A "branca" das repartiçoes de finanças fez com que o exemplo acima, 2700-163 FALAGUEIRA, se tornasse 2700-000 AMADORA. Em termos de correio, nem é grave. Até porque Portugal tem (ou tinha) um dos melhores serviços postais do mundo e não seria um retrocesso de 18 anos que impediria tal serviço de entregar a correspondência. Sim, até porque é sabido que algumas destas instituições nunca passaram além dos 4 dígitos de 1978 e não foi por isso que as cartas da repartição de finanças, por exemplo, do Barreiro, não chegaram aos destinos.
O espantoso é as ditas repartições de finanças estarem agora a usar o argumento "000" para fazer um reset à situação dos contribuintes relativamente ao IMI.
Em resultado, existem milhares de contribuintes que há anos estavam isentos do imposto, nomeadamente por baixos rendimentos, que agora foram notificados para pagar centenas de euros. É notória a má vontade de alguns funcionários de algumas repartições em informar com clareza os contribuintes que a eles se dirigem em busca da explicação para a notificação que receberam. Tenho relatos próximos, como o da idosa que obteve como resposta: "Isso é dos zeros! Enquanto lá tiver os zeros não há isenção. Boa tarde". E pronto.
A senhora sentiu-se "despachada" e lá foi para casa sem ter percebido a causa da injustiça.
Casos há, em que o endereço fiscal foi corrigido pelos próprios via web (requer um código enviado pela AT) há mais de um mês e a intimação a pagar mantem-se. Para completar o "cerco", a nova lei diz que os contribuintes já não precisam de requerer a isenção pois o sistema cruza a informação dos seus rendimentos e declara a isenção... O efeito parece ser exactamente o oposto! Mas... é verdade! são os zeros. E como agora é tudo automático também não vale de nada tentar solicitar a isenção on-line. O sistema não deixa... Nos balcões, as pessoas esperam horas para serem informadas que de facto cumprem os requesitos para a isenção e que têm todo o direito, mas a isenção tem que ser assinada pelo chefe e ele não tem tido oportunidade.
 -"Está de facto isento, mas como tem a notificação... aconselho-o a pagar, senão depois tem juros e é uma chatice, tá a ver?... Eles depois devolvem o dinheiro..."

E as pessoas pagam. Mais uma despesa com que não contavam. Mais um peso nas rugas de uma expressão resignada e triste com que nos cruzamos à porta de uma qualquer repartição de finanças.