terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
O povo português não é mau, o problema são as companhias
RICARDO ARAÚJO PEREIRA
Balanço do ano
terça, 30 dez
O povo português não é mau, o problema são as companhias
José Sócrates, um homem a quem o povo português confiou milhões de votos foi preso, acusado de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal. Ricardo Salgado, um homem a quem o povo português confiou milhões de euros foi constituído arguido, acusado de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais. Passos Coelho, um homem a quem o povo português confiou milhões de votos, confiscou milhões de euros ao povo português. Em resumo, foi isto.
O povo português não é mau, o problema são as companhias.
Infelizmente, o povo português não tem uma mãe, que possa defendê-lo com este argumento nas conversas que mantém com uma vizinha, ou com outros pacientes na sala de espera de um ortopedista. Há apenas um grupo de pessoas que pode aconselhar o povo português e ajudá-lo a compreender o modo como o seu comportamento vai condicionar o futuro. Essas pessoas são, evidentemente, os astrólogos. No entanto, e surpreendentemente, os astrólogos fazem um péssimo trabalho. No fim deste ano tão cheio de acontecimentos que os astros, em princípio, não ignorariam, fui procurar as previsões dos principais astrólogos para 2014. Não vou citar os seus nomes uma vez que, apesar de não acreditar em bruxas, acredito naquele provérbio espanhol que diz que elas existem.
Estes profissionais prestaram um serviço terrível ao País. Disseram que este ano havia de ser globalmente positivo, até porque a era aquariana, à qual pertence, é um tempo de fraternidade, que assistirá à resolução dos grandes problemas sociais e ao aparecimento de oportunidades para o desenvolvimento de todos, ou não fosse aquário um signo aéreo e o planeta que o rege, Úrano, o astro que detém a tutela da electricidade e tecnologia. Nenhum astrólogo acrescentou: "Ah, é verdade, e um ex-primeiro-ministro vai passar o Natal na cadeia. E Saturno está aqui a dizer-me que é possível que o maior banco privado português vá à falência." Sobre isto, os astros não disseram uma palavra.
A própria previsão signo a signo ignorou os principais assuntos do ano. Sócrates, nativo do signo virgem, ficou a saber que o seu ano de 2014 tinha a influência da carta de tarot dos Enamorados, pelo que teria de tomar decisões importantes. Nenhum astrólogo referiu que uma dessas decisões era evitar mangas de avião, ou mudar de motorista. Salgado, que é caranguejo, foi aconselhado a dar largas ao seu espírito aventureiro, conforme recomendava a carta do Louco. Os astrólogos esqueceram-se de acrescentar que, após dar largas ao espírito aventureiro, havia que culpar o contabilista.
E Portugal que, por ter nascido na assinatura do Tratado de Zamora, a 5 de outubro de 1143, é balança gozaria este ano da especial influência da carta de tarot do Mágico, que anunciava um ano em que capacidade para lidar com todas as situações do modo mais adequado se faria notar. É possível que os astros sejam apenas grandes pedregulhos que andam à roda em torno do sol, sem grande atenção aos acontecimentos político-sociais. Mais um ano destes e deixo de acreditar no que Vénus diz.
In http://m.visao.sapo.pt/inicio/modal/destaques/artigo/805609
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
"Oh pra eles", a sujar as mãos... dos outros!
Enquanto nós lutamos para que os cidadãos entendam que o futuro em liberdade depende da queda deste sistema partidocrático só conseguida pela abstenção, os chicos espertos da política contra atacam com esquemas sujos para perpetuar o sistema podre que os sustenta.
António Costa quer imigrantes na Função Pública com direito a voto, também no país de acolhimento
http://sol.pt/noticia/120387
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Há os generais genéricos e os de patente!
O NOSSO PROBLEMA
"Desobediência civil não é o nosso problema. O nosso problema é a obediência civil. O nosso problema é que pessoas por todo o mundo têm obedecido às ordens de líderes e milhões têm morrido por causa dessa obediência. O nosso problema é que as pessoas são obedientes por todo o mundo face à pobreza, fome, estupidez, guerra e crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as cadeias se enchem de pequenos ladrões e os grandes ladrões governam o país.
É esse o nosso problema."
Ramalho Eanes
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
UNDER THE DOME
Redes nas varandas, tampas nas tomadas, rodinhas na bike (até a criança já não caber na respectiva), bóias, braçadeiras, joelheiras e capacetes... ufa, são medidas preventivas e algumas perfeitamente justificáveis.
"Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém".
Ouvir os conselhos da sabedoria popular é sensato, mas a histeria actual só pode ser sintoma da cada vez maior incompetência parental de cada vez mais jovens casais.
Há não muitos anos atrás, a minha geração era "outdoor". Brincávamos na rua, andávamos á pancada, fazíamos ciclo-aventuras, partíamos a cabeça (muitas vezes) e vários outros ossos em virtude de azares ou parvoíces. Explorávamos e "esticávamos a corda", sim. Mas por muito temerários que fossemos, prevaleciam os ensinamentos e os valores que nos eram transmitidos pelos pais, avós e professores. Sabíamos que para nos livrarmos das implicancias do pseudo-gangster lá da escola, teríamos que lhe dar um correctivo adequado, que talvez envolvesse hospital... mas tínhamos consciência que não convinha cortar-lhe a garganta!
Os precipícios não tinham resguardo e todos nós sabiamos que não nos devíamos chegar á borda!
As crianças agora têm menos argúcia?
Parece que os novos pais deixaram de conseguir transmitir "sensibilidade e bom senso", "noção dos limites", "respeito por nós e pelos outros".
http://www.youtube.com/attribution_link?a=tH2rE-l2H7k&u=%2Fwatch%3Fv%3DS0wBeA5jd44%26feature%3Dshare
A "hiperactividade" passou a ser a desculpa da moda para criança mal-educada/pais incompetentes.
Fica cada vez mais difícil ler o jornal ou ter uma amena conversa num café ou espaço público sem levar-mos com os pequenos terroristas "hiperactivos" (agora uma estranha maioria) que não respeitam nada nem ninguém, desde os avós ao cão do vizinho, passando pelo mobiliário do estabelecimento.
"Ah, e tal, desculpe, ele é hiperactivo...", querendo talvez que eu não o culpe por estar a criar um monstrinho imbecil com uma "anomalia técnica"!...
Temos a burra nas couves... ai temos, temos!
domingo, 25 de maio de 2014
FIRST THINGS FIRST
Vestir polícias de azul-celeste vai custar 18 milhões de euros.
VS/
Suíços votam contra aumento do salário mínimo em referendo
Pergunta: "O que raio tem uma coisa a ver com a outra?"
Pois!... Sendo hoje dia de eleições, um dia em que, para alguns de nós (felizmente cada vez mais), a expectativa é, não qual o partido mais votado mas sim o quanto mais desacreditado o actual sistema partidocrático corrupto vai ficar após a contagem dos votos, achei importante destacar estes dois títulos recentes.Na Suíça o Cidadão tem a última palavra sobre questões essenciais, num sistema chamado democracia semidirecta. O título publicado acima refere-se a uma proposta de aumentar o salário mínimo nacional para 4000 francos (3270 euros). Mais de 75% dos cidadãos suíços decidiram que a medida seria prejudicial para a economia interna e competitividade externa do país que tem uma taxa de desemprego que ronda os 3%.
Em Portugal, quase todos os dias somos confrontados com notícias que revelam esquadras da PSP sem condições mínimas, sem carros patrulha operacionais, sem verba para combustível e outras despesas de operação.
Perante este cenário, umas cabecinhas pensantes decidiram por nós, gastar alguns milhões do nosso dinheiro a "renovar a imagem" da PSP. Porque deve ser urgente... porque os agentes vestidos de azul-celeste vão-se esquecer que na esquadra lhes chove no cacifo e que não há condições de segurança para lá deixar nada, muito menos a arma. E com a farducha nova vai ficar mais fácil patrulhar o bairro a pé, porque não há viaturas operacionais...
Hoje, mais importante do que mudar quem se senta nas cadeiras, seria enviar um sinal claro de que queremos mudar quem manda na sala. E se queremos ser nós a mandar na sala, temos que mostrar a nossa força. E a nossa força está, não em votar no A em vez do B e assim perpectuar o sistema, mas sim mostrar que nenhum deles nos serve e que as decisões importantes devem passar a ser tomadas por nós e acatadas por eles, meros burocratas nossos assalariados.
NÃO VOTES!
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
DO RESPEITO, OU DA FALTA DELE.
E vai desde o palerma do político mentiroso compulsivo que inventa uma estória sobre um Sábado de 1966, até aos partidos políticos, passando, ou talvez começando pelo próprio Benfica e o esforço (legítimo, mas talvez exagerado) de não ser preterido ou ultrapassado. Até numa situação ímpar como esta, em que uma figura que em vida sempre reuniu concensos e na morte os consolidou, as instituições nacionais ao invés de aproveitarem a enorme energia expontâneamente gerada para incutir positivismo na sociedade, conseguem conspurcar o momento com a sua tradicional e sôfrega mesquinhez.
E o pior é que já nos é familiar este sentimento incómodo... algo entre a vergonha, o nojo e a revolta.
Acho que vou ali vomitar... e já volto.