Páginas

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

"Oh pra eles", a sujar as mãos... dos outros!

Enquanto nós lutamos para que os cidadãos entendam que o futuro em liberdade depende da queda deste sistema partidocrático só conseguida pela abstenção, os chicos espertos da política contra atacam com esquemas sujos para perpetuar o sistema podre que os sustenta.

António Costa quer imigrantes na Função Pública com direito a voto, também no país de acolhimento

http://sol.pt/noticia/120387

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Há os generais genéricos e os de patente!


O NOSSO PROBLEMA    

"Desobediência civil não é o nosso problema. O nosso problema é a obediência civil. O nosso problema é que pessoas por todo o mundo têm obedecido às ordens de líderes e milhões têm morrido por causa dessa obediência. O nosso problema é que as pessoas são obedientes por todo o mundo face à pobreza, fome, estupidez, guerra e crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as cadeias se enchem de pequenos ladrões e os grandes ladrões governam o país.
É esse o nosso problema."

Ramalho Eanes 

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

UNDER THE DOME




Redes nas varandas, tampas nas tomadas, rodinhas na bike (até a criança já não caber na respectiva), bóias, braçadeiras, joelheiras e capacetes... ufa, são medidas preventivas e algumas perfeitamente justificáveis.
"Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém".

Ouvir os conselhos da sabedoria popular é sensato, mas a histeria actual só pode ser sintoma da cada vez maior incompetência parental de cada vez mais jovens casais.
Há não muitos anos atrás, a minha geração era "outdoor". Brincávamos na rua, andávamos á pancada, fazíamos ciclo-aventuras, partíamos a cabeça (muitas vezes) e vários outros ossos em virtude de azares ou parvoíces. Explorávamos e "esticávamos a corda", sim. Mas por muito temerários que fossemos, prevaleciam os ensinamentos e os valores que nos eram transmitidos pelos pais, avós e professores. Sabíamos que para nos livrarmos das implicancias do pseudo-gangster lá da escola, teríamos que lhe dar um correctivo adequado, que talvez envolvesse hospital...  mas tínhamos consciência que não convinha cortar-lhe a garganta! 
Os precipícios não tinham resguardo e todos nós sabiamos que não nos devíamos chegar á borda!
As crianças agora têm menos argúcia?
Parece que os novos pais deixaram de conseguir transmitir "sensibilidade e bom senso", "noção dos limites", "respeito por nós e pelos outros".

http://www.youtube.com/attribution_link?a=tH2rE-l2H7k&u=%2Fwatch%3Fv%3DS0wBeA5jd44%26feature%3Dshare

A "hiperactividade" passou a ser a desculpa da moda para criança mal-educada/pais incompetentes.
Fica cada vez mais difícil ler o jornal ou ter uma amena conversa num café ou espaço público sem levar-mos com os pequenos terroristas "hiperactivos" (agora uma estranha maioria) que não respeitam nada nem ninguém, desde os avós ao cão do vizinho, passando pelo mobiliário do estabelecimento.
"Ah, e tal, desculpe, ele é hiperactivo...", querendo talvez que eu não o culpe por estar a criar um monstrinho imbecil com uma "anomalia técnica"!...

Temos a burra nas couves... ai temos, temos!


domingo, 25 de maio de 2014

FIRST THINGS FIRST

Vestir polícias de azul-celeste vai custar 18 milhões de euros.

VS/

 Suíços votam contra aumento do salário mínimo em referendo 

Pergunta: "O que raio tem uma coisa a ver com a outra?"

Pois!... Sendo hoje dia de eleições, um dia em que, para alguns de nós (felizmente cada vez mais), a expectativa é, não qual o partido mais votado mas sim o quanto mais desacreditado o actual sistema partidocrático corrupto vai ficar após a contagem dos votos, achei importante destacar estes dois títulos recentes.

 Na Suíça o Cidadão tem a última palavra sobre questões essenciais, num sistema chamado democracia semidirecta. O título publicado acima refere-se a uma proposta de aumentar o salário mínimo nacional para 4000 francos (3270 euros). Mais de 75% dos cidadãos suíços decidiram que a medida seria prejudicial para a economia interna e competitividade externa do país que tem uma taxa de desemprego que ronda os 3%.

Em Portugal, quase todos os dias somos confrontados com notícias que revelam esquadras da PSP sem condições mínimas, sem carros patrulha operacionais, sem verba para combustível e outras despesas de operação. 
Perante este cenário, umas cabecinhas pensantes decidiram por nós, gastar alguns milhões do nosso dinheiro a "renovar a imagem" da PSP. Porque deve ser urgente... porque os agentes vestidos de azul-celeste vão-se esquecer que na esquadra lhes chove no cacifo e que não há condições de segurança para lá deixar nada, muito menos a arma. E com a farducha nova vai ficar mais fácil patrulhar o bairro a pé, porque não há viaturas operacionais...

Hoje, mais importante do que mudar quem se senta nas cadeiras, seria enviar um sinal claro de que queremos mudar quem manda na sala. E se queremos ser nós a mandar na sala, temos que mostrar a nossa força. E a nossa força está, não em votar no A em vez do B e assim perpectuar o sistema, mas sim mostrar que nenhum deles nos serve e que as decisões importantes devem passar a ser tomadas por nós e acatadas por eles, meros burocratas nossos assalariados.

NÃO VOTES!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

DO RESPEITO, OU DA FALTA DELE.

Não sei se será do meu feitiozinho, mas começo a ficar incomodado com a "guerra" que algumas pessoas e instituições abriram nos media para conseguirem mais protagonismo à custa do símbolo nacional - Eusébio. 
E vai desde o palerma do político mentiroso compulsivo que inventa uma estória sobre um Sábado de 1966, até aos partidos políticos, passando, ou talvez começando pelo próprio Benfica e o esforço (legítimo, mas  talvez exagerado) de não ser preterido ou ultrapassado. Até numa situação ímpar como esta, em que uma figura que em vida sempre reuniu concensos e na morte os consolidou, as instituições nacionais ao invés de aproveitarem a enorme energia expontâneamente gerada para incutir positivismo na sociedade, conseguem conspurcar o momento com a sua tradicional e sôfrega mesquinhez.
E o pior é que já nos é familiar este sentimento incómodo... algo entre a vergonha, o nojo e a revolta.
Acho que vou ali vomitar... e já volto.


domingo, 24 de novembro de 2013

MEMÓRIAS DA CHAFURDICE

«Não pode haver tolerância nem diálogo com pessoas que nos dirigem 'slogans' injuriosos» 




«Os manifestantes agitavam bandeiras negras, símbolos da fome, e gritavam "gatuno!", "ladrão!". Mário Soares não ficou parado a ouvi-lo.

No dia 30 de Novembro de 1983, quando ouviu esses insultos contra a austeridade imposta pelo programa do FMI, o primeiro-ministro e líder do Bloco Central (coligação PS-PSD) visitava Coimbra acompanhado do ministro socialista Almeida Santos.

Semanas antes, o governo anunciara um imposto extraordinário de 2,6% sobre os rendimentos dos portugueses (em 2013, a sobretaxa será de 3,5%). Soares aproximou-se dos manifestantes comunistas que o perseguiam com as bandeiras pretas e agiu.

"Passei muito perto deles, aí a uma distância de um metro do local onde se encontravam, a vociferar", contou Soares no segundo livro de entrevistas biográficas à jornalista Maria João Avillez. "Ao lado estava um polícia muito aprumado na sua farda, impassível. Interroguei-o: 'Senhor guarda, o que está aqui a fazer? Não ouve estes insultos? O polícia ficou atrapalhado, mas agarrou no homem cujos insultos eram mais vernáculos e audíveis e prendeu-o."

Na sequência da ordem do primeiro-ministro, três homens e uma mulher foram detidos e presentes a tribunal. (...)

Segundo Mário Soares, as bandeiras negras da fome eram uma construção do PCP.

"Havia uma equipa de cerca de 200 manifestantes - sempre os mesmos - que andava de um lado para o outro, com bandeiras pretas, para me consultar e insultar. Eram profissionais."

No tribunal de Coimbra, o juiz Herculano Namora absolveu os manifestantes. Para os julgar, segundo o Código Penal, era preciso uma queixa (inexistente) do ofendido. Indignado, o primeiro-ministro reagiu assim à decisão judicial, de acordo com o Correio da Manhã da época:

"Se o juiz entendeu que não foi um crime público, o problema é dele. Ficamos a saber que esse juiz não se importa que lhe chamem gatuno."

Revoltado com o comentário do chefe do governo sobre a sua decisão judicial, o juiz apresentou queixa no Conselho Superior da Magistratura:

"Parece-me que o dr. Mário Soares se precipitou ao comentar a decisão de um órgão de soberania, pondo em causa a independência dos tribunais e da própria magistratura."

Mário Soares não hesitou: se a lei não servia, mudava-se a lei. Na semana seguinte, o Conselho de Ministros alterava o Código Penal, explicando em comunicado que se tornavam públicos, sem depender de queixa, "crimes de difamação, injúria e outras ofensas contra órgãos de soberania e respectivos membros." Se repetissem a graça, aqueles comunistas não seriam absolvidos.

Há uma semana, quase 30 anos depois de liderar o governo de maior austeridade antes do de Pedro Passos Coelho, Mário Soares escreveu no Diário de Notícias:

"O povo não existe para o primeiro-ministro e para o seu Governo. Tenha, pois, cuidado com o que lhe possa acontecer. Com o povo desesperado e em grande parte na miséria, corre imensos riscos."

Soares também encabeçou uma carta aberta de 70 personalidades a pedir para Passos Coelho se demitir.

Mas quando liderou o Bloco Central coligado com Carlos da Mota Pinto, do PSD, o primeiro-ministro socialista também correu riscos e não era uma figura que agisse de acordo com as regras de comunicação política hoje consideradas normais.


No dia 1 de Novembro de 1983, à porta da fábrica da Renault, em Setúbal, cercada por trabalhadores, Soares gritou-lhes:

"Diálogo convosco, só com a polícia!"

Segundo a agência noticiosa Anop, o primeiro-ministro justificou-se assim:

"Não pode haver tolerância nem diálogo com pessoas que nos dirigem slogans injuriosos." São Bento emitiria um comunicado a dizer que "o díálogo tem regras e perante as injúrias a resposta só pode vir das autoridades policiais".»


Excertos de um extenso artigo de Sara Capelo e Vítor Matos, intitulado "As cargas policiais de Soares", publicado na revista Sábado.


por Pedro Correia in Forte Apache

sábado, 2 de novembro de 2013

QUIS CUSTODIET IPSOS CUSTODES?


"Quem guardará os guardiões?"



A pergunta tem pelo menos 200 séculos e faz cada vez mais sentido nos nossos dias.
É também o título deste meu desabafo, por ser o que tinha em mente quando me surgiu a prompt

"Em que estás a pensar?".

Após o tristemente cobarde ataque ao meu sistema, ao fim de alguns dias de dolorosa recuperação, é nisso que estou a pensar...




JoTa