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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

UNDER THE DOME




Redes nas varandas, tampas nas tomadas, rodinhas na bike (até a criança já não caber na respectiva), bóias, braçadeiras, joelheiras e capacetes... ufa, são medidas preventivas e algumas perfeitamente justificáveis.
"Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém".

Ouvir os conselhos da sabedoria popular é sensato, mas a histeria actual só pode ser sintoma da cada vez maior incompetência parental de cada vez mais jovens casais.
Há não muitos anos atrás, a minha geração era "outdoor". Brincávamos na rua, andávamos á pancada, fazíamos ciclo-aventuras, partíamos a cabeça (muitas vezes) e vários outros ossos em virtude de azares ou parvoíces. Explorávamos e "esticávamos a corda", sim. Mas por muito temerários que fossemos, prevaleciam os ensinamentos e os valores que nos eram transmitidos pelos pais, avós e professores. Sabíamos que para nos livrarmos das implicancias do pseudo-gangster lá da escola, teríamos que lhe dar um correctivo adequado, que talvez envolvesse hospital...  mas tínhamos consciência que não convinha cortar-lhe a garganta! 
Os precipícios não tinham resguardo e todos nós sabiamos que não nos devíamos chegar á borda!
As crianças agora têm menos argúcia?
Parece que os novos pais deixaram de conseguir transmitir "sensibilidade e bom senso", "noção dos limites", "respeito por nós e pelos outros".

http://www.youtube.com/attribution_link?a=tH2rE-l2H7k&u=%2Fwatch%3Fv%3DS0wBeA5jd44%26feature%3Dshare

A "hiperactividade" passou a ser a desculpa da moda para criança mal-educada/pais incompetentes.
Fica cada vez mais difícil ler o jornal ou ter uma amena conversa num café ou espaço público sem levar-mos com os pequenos terroristas "hiperactivos" (agora uma estranha maioria) que não respeitam nada nem ninguém, desde os avós ao cão do vizinho, passando pelo mobiliário do estabelecimento.
"Ah, e tal, desculpe, ele é hiperactivo...", querendo talvez que eu não o culpe por estar a criar um monstrinho imbecil com uma "anomalia técnica"!...

Temos a burra nas couves... ai temos, temos!